quinta-feira, 22 de setembro de 2011


A Dura realidade

Porque o mundo consegue ser tão cruel com as pessoas, tudo gira em torno da beleza, se você não tem o padrão de beleza ideal parece que é excluído pela sociedade, nada mais dá em você, tudo que é bonito, em você ficar horrível. Já se sentiu assim? É assim eu vivo á 15 anos.

“Você está parecendo um elefante, por isso que nada dá em você, vê se faz uma dieta garota” – disse minha mãe aos berros comigo.

“Você acha que eu nunca fiz nada, você acha que eu amo ser gorda, ser humilhada em todos os lugares aonde passo, acha mesmo que gosto quando nada dá em mim? Por favor, mãe, eu já tentei de tudo, mas eu não consigo emagrecer.”- disse eu com uma lágrima caindo.

“É, então você não fez o esforço possível. A cada dia que passa você está maior, eu cansei de falar isso.”-disse ela furiosa e saiu do meu quarto.

Eu não estava mais agüentando isso, todo mundo em minha volta me pressionando com a mesma coisa, todos tinham sempre que entrar nesse assunto, ninguém nunca mais falou que eu sou bonita, será que só a beleza externa importa hoje? Ninguém olha mesmo pra ver o que a gente é. Isso que me dá mais raiva.

“Menina, você é boba. Não sei como ninguém nunca te ensinou essa tática, você acha que as meninas da escola conseguem ser tão magras como? Vem que eu vou te ensinar.” – minha amiga disse tentando me animar.

“Mas não é perigoso fazer isso, eu vi no jornal que uma estudante morreu com 16 anos por causa disso”- disse eu preocupada.

“Que nada, é só não viciar.”

Então foi assim que eu conheci a bulimia, no começo tudo era as sete maravilhas, mas depois eu fui vendo que estava dando certo e as pessoas não me chamavam mais de gorda que eu sempre queria emagrecer mais e mais. Por um tempo deu certo, mas depois começaram a surgir complicações. Foi assim que eu consegui parar no hospital.

“Minha filha, como você pode fazer isso?”-disse minha mãe preocupada.

“Ahn, agora que você vem se preocupar comigo. Sempre foi a primeira a falar que eu estava gorda, você devia estar feliz por eu está do jeito que estou.”- eu disse irritada.

“Eu sempre disse para o seu bem, todos nós nunca dissemos isso para o seu mau.”

“E você acha realmente que estou bem? Eu só fiz o que fiz para vocês pararem de pegar no meu pé, isso é culpa de todos vocês que me criticaram.”

“Não diga isso filha”-disse ela chorando.

“Apenas aceite a verdade. Agora você tem uma filha doente.”

E foi assim que eu aprendi com os meus próprios erros que nunca se devem ouvir as pessoas, e nunca deve se mudar por elas, se você se sente bem com o seu corpo, é com ele mesmo que você tem que ficar, e não se prejudicar por outras pessoas, às vezes esse “eu só falei para o seu bem” pode custar caro.

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